Jogar ou Fugir?

Costumava sentar no meu apartamento em Chicago à noite, com o celular iluminado sob a luz fraca, rodando jogos sem rumo. Não era por dinheiro. Nem por diversão.

Apenas para sentir algo — qualquer coisa — além do silêncio dentro de mim.

Foi então que percebi: eu não estava jogando jogos. Estava fugindo de mim mesmo.

O Ritual que Mudou Tudo

Tudo começou com uma pergunta simples: E se eu jogasse apenas para estar presente?

Sem estratégia. Sem meta. Sem precisar ganhar.

Comecei com uma regra: um único jogo por noite. Máximo 20 minutos. E apostas limitadas ao valor de um café.

No início, parecia bobo. Como fingir meditar enquanto observava a chuva cair fora da janela. Mas lentamente… algo mudou.

O som das cartas embaralhando tornou-se um batimento cardíaco. A luz da tela virou uma luz suave — como velas em um jantar tranquilo. E minha respiração? Também foi se acalmando.

Quando os Jogos Se Tornaram Meditação

Não sabia naquela época, mas o que estava fazendo era mindfulness disfarçado de jogo — um conceito respaldado pela pesquisa: repetição estruturada pode ancorar a atenção, reduzir ruminações e até aliviar sintomas de ansiedade (Revista APA de Psicologia Clínica, 2021).

Jogos não são inerentemente perigosos — nem curativos. São espelhos.

Se você os usa para escapar da dor? Tudo bem — por enquanto. Mas se conseguir parar… só mais uma vez… e perguntar:

Estou jogando porque quero? Ou porque tenho medo de parar?

Essa pergunta mudou tudo pra mim. Não era sobre ganhar muito ou bater as probabilidades — era sobre recuperar o controle sobre minha própria mente.

Do Caos ao Calma: Minhas Três Mudanças – Um Jogo por Vez –

The mudança não aconteceu de repente — mas aqui estão três viradas que reprogramaram meu relacionamento com o jogo:

• Deixei de ver perdas como ‘fracassos’. Em vez de pensar “perdi 50 dólares”, perguntei: “Hoje me ajudou a me sentir mais centrado?” A resposta importava mais do que qualquer número na tela.
• Criei pequenos rituais antes cada sessão: uma bebida quente, algumas respirações profundas, um momento de quietude antes tocar a tela — como cumprimentar um espaço sagrado antes entrar nele.
• Entrei em comunidades online pequenas — não por dicas ou truques, mas por histórias que me lembravam: outros também estavam aprendendo a jogar com leveza, juntos, en paz.